"A propósito da Torre de Babel — talvez já me tenhais ouvido dizer, mas repito-o porque é muito «plástico» — há um midrash escrito mais ou menos no ano 1200, na época de Tomás de Aquino, de Maimónides, aproximadamente naquele período, por um rabino judeu que aos seus na sinagoga explicava como teve lugar a construção da Torre de Babel, onde o poder do homem se fazia sentir.
Era muito difícil e deveras dispendioso, porque se devia preparar os tijolos com o barro e nem sempre havia água nas redondezas; era preciso procurar a palha, amalgamar a massa, depois cortá-los, secá-los, enxugá-los e cozê-los no forno; e no final os operários subiam, levando-os consigo... Quando caía um destes tijolos era uma catástrofe, porque eles representavam um tesouro, eram caros, custavam. Mas, ao contrário, se caía um trabalhador, nada acontecia!
O muro exclui sempre, prefere o poder — neste caso, o poder do dinheiro, porque o tijolo tinha um preço, ou a torre que queria chegar até ao céu — e assim sempre exclui a humanidade.
O muro é o monumento da exclusão".
Papa Francisco