Wednesday, January 31, 2007

Arriscar é: "saber começar"

Começar tem arte.
Deve-se começar pelo princípio.
Há quem não o faça e corre sérios riscos
de não acabar bem.
Há quem tenha pressa em acabar
e passe tantas etapas que dão consistência ao que se faz.
Não começar pelo princípio
faz com que se chegue ao fim mais depressa
e a qualidade e o sabor de tudo fica reduzido.
Há que começar consciente dos limites e grandezas.
Há que começar com plena noção da tarefa que enfrentamos.
Há que começar mesmo com dúvidas e incertezas.
Sem se começar não se chega a lado nenhum.
Acreditar em nós e no que fazemos é condição para começar.
E há coisas que é melhor nem começar…

Thursday, January 18, 2007

Arriscar é: deixar-se cuidar.

Que bom é termos quem goste de nós.
Por vezes somos difíceis…
Somos resistentes. Damos luta.
Pior é quando não respeitamos o amor
dos que nos querem bem.
É do mais ofensivo que se pode ver.

É sabedoria deixar-se cuidar.
É remédio para a solidão. Integra-nos.
Dá sentido á vida dos outros e à nossa.
Cria um lugar comum.
Quem já descobriu a riqueza de cuidar
entende do que escrevo.

Na relação, o equilíbrio faz-se no cuidar à vez.
Ora cuidas tu de mim, ora cuido eu de ti.
Quando se chega aí ouvimos:
“-Quando estou em baixo, ele puxa por mim.
Quando é ao contrário puxo eu por ele”.

Não pode ser sempre só um a cuidar
e o outro a ser cuidado.
O cuidador pode cansar-se e o que é cuidado
perder o seu lugar activo na relação
e esta deixar de fazer sentido.

Thursday, January 11, 2007

Arriscar é: não ter medo de humilhar-se.

Humilhem-me quando não for humilde.
Com amor, mas humilhem-me.
Humilhem-me quando eu não quiser ter o meu filho,
por mil razões que eu tenha.
Humilhem-me quando eu me esquecer
das mulheres e homens
que desejariam estar em condição de ser humilhados
mas são esteréis e não podem gerar.
Humilhem-me quando eu puser mil condições
para ter o meu filho já gerado no meu ventre,
à frente dessa pequena vida
a que eu não dou hipóteses de ter condições.
Humilhem-me quando não tiver sido ou queira ser responsável.
Humilhem-me quando ouvir mais as vozes de morte dos outros
do que o bater do coraçãozito que trago dentro de mim.
Humilhem-me quando eu estiver cego
pelo meu presente profissional, social, ou estatuto,
pode ser que, se me humilharem a minha consciência
passe a ver e a dignidade da vida não se perca.

Arriscar é: provar o amor

Se o amor não precisasse de ser provado Jesus não teria morrido na Cruz. Temos mesmo dar provas do nosso amor!