Amar dá trabalho. E o ganho pode parecer pouco – especialmente quando se vive num mundo como o nosso, que nos cobra a busca por um fictício estado prazeroso ininterrupto. O ganho, que não está previsto nessa conta que soma êxtases, é aquele que não se percebe de imediato: as transformações do eu na experiência da intersubjetividade. Aqui se inclui a relação de amizade e interajuda.
Thursday, April 30, 2015
Friday, April 24, 2015
Arriscar é: família 6
Uma relação amorosa duradoura depende, depois de passado o estado de apaixonamento, da disponibilidade psíquica de reconhecer o outro, sua alteridade, e que esse processo pode estar a tornar-se dificil numa "Cultura Narcísica". A experiência do encontro amoroso associa-se a uma subjetividade construída nas bases "de um eu que passou pela fase do narcisismo primário, dele saiu competente para a experiência da alteridade, e que se mantém e se reforça durante a vida numa cultura que lhe ofereça modelos de sustentação da intersubjetividade". Contudo, a cultura contemporânea, "reproduz conceitos e práticas que não sustentam a alteridade, e constantemente devolvem o sujeito para o miolo de si mesmo quando este procura referências fora de si, na experiência coletiva". Assim, na atualidade, é a possibilidade do encontro intersubjetivo que está em jogo. As pessoas agrupam-se para trabalhar, para estudar, para ganhar dinheiro, mas isso não necessariamente se caracteriza como um encontro intersubjetivo, porque na nossa sociedade, como efeito das condições de existência, cada um está mais interessado em falar de si do que ouvir o outro. "Falta disposição interna para escutar, refletir, construir junto um pensamento compartilhado, produto de um encontro". Optar por ficar só é uma saída, quando se percebe que o amor de "boa qualidade", o "amor de verdade" exige tempo e grande disponibilidade.
Wednesday, April 22, 2015
Arriscar é: ser mártir
Ser mártir é entregar a sua vida dando testemunho do nosso amor.
Por quem tu és Mártir?
Por quem tu és Mártir?
Tuesday, April 21, 2015
Arriscar é: coerência
Há na nossa vida uma forte ligação ao sentido da coerência.
Se nos dizem: "és assim..." temos uma tendência em seguir essa classificação.
E mantemos a coerência com o que nos dizem.
Podemos perceber a importância do que afirmamos em relação ao ser do outro.
Se elevarmos a fasquia ele poderá subir na qualificação do seu ser.
Se baixarmos ele quererá, coerentemente, corresponder a tal.
Se nos dizem: "és assim..." temos uma tendência em seguir essa classificação.
E mantemos a coerência com o que nos dizem.
Podemos perceber a importância do que afirmamos em relação ao ser do outro.
Se elevarmos a fasquia ele poderá subir na qualificação do seu ser.
Se baixarmos ele quererá, coerentemente, corresponder a tal.
Wednesday, April 15, 2015
Arriscar é: família 5
A instabilidade dos contratos que regem a vida contemporânea afeta a estabilidade dos vínculos, porque interfere na esperança dos parceiros de se manterem sempre unidos, como se pensava antigamente, já que o sentimento de vulnerabilidade narcísica decorrente desta instabilidade interfere na capacidade de mediação dos conflitos e de aceitação das próprias faltas. Ou seja, como o vínculo amoroso implica no estabelecimento de um contrato em que há um investimento narcísico, a incerteza quanto ao futuro deste investimento influencia na disponibilidade dos parceiros quanto às tentativas de resolução de conflitos inerentes do vínculo. Diante da ausência de contratos sólidos sustentando a formação dos vínculos, serão cada vez mais os próprios parceiros os responsáveis pela manutenção do vínculo, porque as condições de vida contemporânea convidam os membros da união para um tipo de pensamento não-linear e bastante complexo, envolvendo riscos altos, o que dificulta a manutenção do contrato.
Arriscar é: família 4
Apesar da contribuição inegável da presença dos valores democráticos na organização dos vínculos amorosos hoje em dia, também é preciso reconhecer o lado desta liberdade que aponta para um desafio. Na contemporaneidade os vínculos encontram-se mais preenchidos por valores passíveis de serem questionados e requestionados pelos seus membros, o que se reverte em insegurança. Trata-se de um paradoxo e da complexidade a que estamos expostos hoje em dia.
Se antigamente os vínculos eram mais estáveis, eram igualmente pouco abertos para o diálogo: os conflitos existiam, mas dificilmente podiam ser questionados/conversados. Atualmente, com o advento do "relacionamento puro", valorizamos a igualdade de direitos e de responsabilidade, o respeito mútuo e a presença do diálogo aberto no vínculo, embora aparentemente as condições de mantê-lo sejam mais frágeis.
Thursday, April 09, 2015
Arriscar é: família 3
Tendendo a ser a forma predominante de convívio humano, o
"relacionamento puro" é o que se construiu como efeito dos
fenómenos sócio-culturais e económicos de nossa era. Nesse tipo de
relacionamento entra-se pelo que se pode ganhar, de acordo com o grau de
satisfação que pode obter, pois é "baseado na comunicação emocional, em
que as recompensas derivadas de tal comunicação são a principal base para a
continuação do relacionamento", e não mais as normas rígidas tradicionais.
É essa liberdade em torno da sua construção e a necessidade de estar em
permanente construção, que o leva a ser caracterizado como aquele que pode ser
rompido por qualquer um dos parceiros, a qualquer tempo.
Algumas características específicas fazem o "relacionamento puro" distanciar-se do padrão de relacionamento do tipo tradicional: depende de processos de confiança ativa (abertura de si mesmo para o outro), da franqueza, como condição básica para a intimidade, e da democracia. Um bom relacionamento realmente é aquele que se estabelece entre iguais, em que cada parte tem seus direitos e obrigações. É dessa forma que se compreende que os relacionamentos na atualidade seguem os valores da política democrática: igualdade de direitos e de responsabilidade; o respeito mútuo; a presença do diálogo aberto como uma propriedade essencial da democracia; e a ausência de poder autoritário. Por isso, considera-se realmente que se esses princípios forem aplicados aos relacionamentos, pode-se pensar numa "democracia das emoções na vida quotidiana", e que esse tipo de democracia lhe parece tão importante quanto a democracia pública para o aperfeiçoamento da qualidade das nossas vidas.
Wednesday, April 08, 2015
Arriscar é: família 2
"São diversos os autores que entendem que as mudanças de
configurações nos vínculos se depreendem de um cenário sociocultural e
económico marcado pela efemeridade, pelas incertezas e por toda sorte de
descompromissos diante do declínio dos valores tradicionais e das
instituições que neles estavam apoiadas.
Na "modernidade líquida", como denomina a
contemporaneidade, os elos que entrelaçavam as escolhas individuais em projetos
e ações coletivas se desmancharam, e o compromisso, a honestidade e todo tipo
de valor fundamentado na honra e na solidez dos relacionamentos, hoje, são
vistos como "armadilhas" que se procura a todo custo evitar".
Arriscar é: VIP
"A polémica estalou com estrondo. "Ele tem uma lista VIP!" - disse alguém - "sei de fonte segura". "Não pode ser! Seria discriminação! Então não somos todos iguais…?!" - ripostaram uns, indignados. "E nós que andamos sempre com ele, estamos incluídos na lista ou não?!" - reivindicaram outros. "Pois, não percebemos bem" - tentou explicar um deles. "A verdade é que, certa vez, discutíamos quem seria o primeiro entre nós - apresentámos critérios, considerámos posições, ouvimo-nos uns aos outros - ele interrompeu e disse…". "Como é que ele disse…?" - estacou, aflito. O amigo ajudou: "hmm… acho que foi mais ou menos isto: «se alguém quiser ser o primeiro, será o último e o servo de todos»". "Pois foi. E lembras-te quando chamou um menino e disse…". "Como é que ele disse…?" - estacou, de novo, aflito. O amigo ajudou: "hmm… «aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus»?". "Pois foi. E houve mais uma série de vezes em que nos lembrava que os publicanos e as meretrizes entrariam à nossa frente no Reino dos Céus!". "Um escândalo, essa lista VIP" - murmuram alguns.
"Sim, mas querem saber toda a verdade? Ainda não sabem da melhor: houve um momento em que finalmente soubemos de alguém que tinha lugar assegurado na lista VIP de Jesus". "Então, quem era?!...". O suspense calou a multidão. "Foi no fatídico dia. Havia dois ladrõezecos pendurados na cruz, à espera que a morte chegasse. Um de cada lado do Senhor. Enquanto um insultava Jesus, o outro, voltou-se para ele e disse-lhe: «Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com o teu Reino». E o Senhor respondeu: «hoje estarás comigo no Paraíso». E foi o que bastou para entrar directamente para a Lista VIP". A multidão, ao ouvir isto, ficou desconcertada: nunca ouvira falar de uma lista feita com critérios tão peculiares.
E pronto: aqui está o que se sabe sobre a lista VIP de Jesus: dela consta um só nome; e é o nome de um ladrão. O que Jesus tenha visto naquele homem, que o venha a encontrar - na máxima expressão - em cada um de nós!"
João Delicado
Thursday, April 02, 2015
Arriscar é: milagre de amor
Votos de Santa Páscoa para todos.
Lembro a riqueza que se faz pobreza para nos enriquecer.
Seja por aqui o Caminho a seguir com os nossos!
P. Carlos
"Que bom te receber no meu coração
Te tocar
Ter te em minhas mãos
Com carinho te acolher
E contigo ser um só
Ter contigo uma perfeita comunhão
Corpo e sangue vinho e pão
Milagre de amor
Fonte de vida
Ó meu Jesus eucaristia
Eu te recebo em comunhão
Pois mesmo sem que eu mereça
Vens fazer morada no meu coração
Eu te adoro meu Jesus
Doce mistério no meu coração
Como um Deus tão grande e soberano
Se faz pequeno em um pedaço de pão
Só por amor"
Te tocar
Ter te em minhas mãos
Com carinho te acolher
E contigo ser um só
Ter contigo uma perfeita comunhão
Corpo e sangue vinho e pão
Milagre de amor
Fonte de vida
Ó meu Jesus eucaristia
Eu te recebo em comunhão
Pois mesmo sem que eu mereça
Vens fazer morada no meu coração
Eu te adoro meu Jesus
Doce mistério no meu coração
Como um Deus tão grande e soberano
Se faz pequeno em um pedaço de pão
Só por amor"
Link: http://www.vagalume.com.br/
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Arriscar é: provar o amor
Se o amor não precisasse de ser provado Jesus não teria morrido na Cruz. Temos mesmo dar provas do nosso amor!
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Se o amor não precisasse de ser provado Jesus não teria morrido na Cruz. Temos mesmo dar provas do nosso amor!
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A condição de aceleração do tempo, de alargamento de espaço e movimentação humana sem precedentes é impeditiva de vinculações psicossociais...
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Cada vez mais somos reativos e daí pessoas de extremos. Quando a coisas atingem o limite nós pegamos nelas e projetamo-las para o outro lim...